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    Mensagem por Fco Oliveira Qui Jan 29, 2015 4:47 pm

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    Até o ano de 586 a.C. quando começou o exílio dos israelitas em Babilônia o politeísmo fazia parte da cultura de Israel. Foi apenas após o exílio que a adoração única e exclusiva de Yahweh (Javé ou Jeová) tornou-se estabelecida e possivelmente só mais tarde no tempo dos Macabeus (2º século a.C.) que o monoteísmo se tornou universal entre os judeus.

    O Deus bíblico do Antigo Testamento provavelmente foi uma fusão de vários Deuses pagãos. A personalidade e os atributos de Yahweh foram influenciados por outras antigas divindades do Oriente como o Pai celestial El, o jovem guerreiro Baal e a senhora Asherah.

    Especialistas que estudam os textos bíblicos, leem antigas inscrições encontradas nos arredores de Israel e escavam sítios arqueológicos estão reconhecendo a influência conjunta de diversos Deuses pagãos antigos no retrato de Yahweh traçado pela Bíblia que parece ter múltiplas personalidades. 

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    Elementos comuns à cultura das antigas civilizações do Oriente Médio, principalmente da região onde hoje ficam o estado de Israel, os territórios palestinos, o Líbano e a Síria, contribuíram para as ideias que os antigos israelitas tinham sobre os seres divinos (Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman, The Bible Unearthed: Archaeology's New Vision of Ancient Israel and the Origin of Its Sacred Texts. Simon & Schuster, 2002, pág. 241-42).

         Há bons indícios de que o Deus do Velho Testamento é uma fusão entre um Deus idoso e paternal (El), um jovem Deus guerreiro (Baal) e a Deusa do sexo feminino (Asherah). Existe uma base cultural comum entre o antigo povo de Israel e seus vizinhos e adversários, os cananeus, moradores da terra de Canaã, como era chamada a região entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo em tempos antigos.

    A Bíblia retrata os israelitas como um povo quase totalmente distinto dos cananeus, mas os dados arqueológicos revelam profundas semelhanças de língua, costumes e cultura material. A língua de Canaã, por exemplo, era só um dialeto um pouco diferente do hebraico bíblico.

    Os cananeus não deixaram para trás uma herança literária tão rica quanto a Bíblia, no entanto, poucos quilômetros ao norte de Canaã, na atual Síria, ficava a cidade-Estado de Ugarit, cuja língua e cultura eram praticamente idênticas às de seus primos do sul.

    Ugarit foi destruída por invasores bárbaros em 1200 a.C., mas os arqueólogos recuperaram numerosas inscrições da cidade, nas quais dá para entrever uma mitologia que apresenta semelhanças impressionantes com as narrativas da Bíblia (Mark S. Smith, The Origins of Biblical Monotheism: Israel's Polytheistic Background and the Ugaritic Texts. Oxford University Press, USA, November 6, 2003. ISBN 978-0195167689).


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         Uma das figuras mais proeminentes nesses textos é El, nome que quer dizer simplesmente “Deus” nas antigas línguas da região, mas que também se refere a uma divindade específica, o patriarca, ou chefe de família dos Deuses. O El de Ugarit tem paralelos muito específicos com a figura de Deus durante o período patriarcal, retratado no livro do Gênesis e personificado pelos ancestrais dos israelitas, Abraão, Isaac e Jacó. Nesses textos da Bíblia há, por exemplo, referências a El Shadday (literalmente “El da Montanha”, embora a expressão normalmente seja traduzida como “Deus Todo-Poderoso”), El Elyon (“Deus Altíssimo”) e El Olam (“Deus Eterno”). O curioso é que, na mitologia ugarítica, El também é imaginado vivendo no alto de uma montanha e visto como um ancião sábio de vida eterna.  Tal como os patriarcas bíblicos, El é uma espécie de nômade, vivendo numa versão divina da tenda dos beduínos e mais importante ainda, El tem uma relação especial com os chefes dos clãs e tal como Abraão, Isaac e Jacó, ele os protege e lhes promete uma descendência numerosa. Ora, a maior parte do livro do Gênesis é o relato da amizade de Deus com os patriarcas israelitas, guiando suas migrações e fazendo a promessa solene de transformar a descendência deles num povo “mais numeroso que as estrelas do céu”.
         Segundo o professor Frank Moore Cross, professor de Hebraico e outras Línguas Orientais, emérito da Universidade de Harvard, notável por seu trabalho na interpretação dos Manuscritos do Mar Morto, Yahweh (YHWH) era um título dado pelos primeiros israelitas à suprema divindade El, durante o período da Idade do Bronze (aproximadamente 1200 a.C.). Posteriormente, o contrário aconteceu, tornando-se a palavra El um título e Yahweh o nome próprio da suprema divindade israelita, talvez num ímpeto nacionalista daquele povo em querer se perceber diferente dos outros povos que habitavam a Palestina (Frank Moore Cross, Canaanite Myth and Hebrew Epic: Essays in the History of the Religion of Israel. Harvard University Press, 1997. ISBN 978-0674091764).
         Outra hipótese muito estudada é a chamada “Hipótese Quenita-Midianita”, proposta pelo teólogo holandês Cornelius Petrus Tiele em 1872, em que Yahweh originalmente era uma divindade originária de perto da região do Sinai, de Parã e Edom. A bíblia retrata que Moisés tinha conexões com os povos desta região, os Quenitas, por meio de seu sogro Jetro, que era Quenita:  
         “E Moisés tornou-se pastor do rebanho de Jetro, sacerdote de Midiã, de quem era genro” (Êxodo 3:1).
         “E os filhos do queneu, de quem Moisés era genro” (Juízes 1:16).
         Independentemente se um Moisés histórico existiu, esta história preserva uma tradição que os israelitas tinham em conexão com estes povos de vida nômade (Quenitas/Midianitas) que viviam na região desértica ao sul de Israel. Provavelmente a história da origem de Moisés é uma construção literária de tribos nômades como os primeiros israelitas e os cananeus adoradores da divindade El, para retratar a incorporação ao Deus do deserto Yahweh. A medida que houve uma miscigenação entre os povos, um acabou identificando sua divindade protetora com a outra, e com o tempo Yahweh foi incorporando aspectos da divindade El, numa espécie de sincretismo religioso (Donald B. Redford, Egypt, Canaan, and Israel in Ancient Times. Princeton University Press, 1992. ISBN 978-0691036069).
         Outros textos bíblicos corroboram com a tradição de que a habitação ou residência original de Yahweh (Jeová) era nesta região desértica próxima ao Sinai:
         “E ele passou a dizer: “Jeová — de Sinai ele veio, e raiou sobre eles desde Seir, reluziu desde a região montanhosa de Parã, e com ele havia santas miríades, à sua direita, guerreiros pertencentes a eles” (Deuteronômio 33:02)
         “Jeová, quando saíste de Seir, quando marchaste desde o campo de Edom, tremeu a terra... Montes fluíram de diante da face de Jeová, este Sinai, de diante da face de Jeová, Deus de Israel” (Juízes 5:4-5).
         “O próprio Deus passou a chegar de Temã, sim, um Santo desde o monte Parã. Sua dignidade cobriu [os] céus; e do seu louvor encheu-se a terra” (Habacuque 3:3).
         Uma evidência extra bíblica que concorda com esta visão de que Yahweh (YHWH) originalmente é associado com os povos de vida nômade que habitavam regiões desérticas próximas ao Sinai, foi encontrada no Templo de Amon em Soleb, Núbia, erigido pelo faraó Amenófis III (1391-1353 a.C.). Em uma parede do templo, o Faraó egípcio faz menção a um grupo de pessoas retratadas como “Shasu”, que no idioma egípcio significa “nômades/beduínos”. Dentre vários grupos de Shasu, encontram-se os “Shasu de YHW” (Michael C. Astour, Yahweh in Egyptian Topographic Lists. In Festschrift Elmar Edel, M. Gorg & E. Pusch, Bamberg, 1979 / Anson F. Rainey, Shasu or Habiru. Who Were the Early Israelites? Biblical Archeology Review 34:6, Nov-Dez / Dermot Anthony Nestor, Cognitive Perspectives on Israelite Identity. Continuum International Publishing Group, 2010 p.185) [Nota – As argumentações acima a partir da referência ao professor Frank Moore Cross são de autoria de Gustavo Padovan extraídas do link: http://extestemunhasdejeova.net/forum/viewtopic.php?f=11&t=14440#p286892].
         Quando Yahweh entra em cena na bíblia com seu “nome oficial” durante o êxodo bíblico, a impressão que se tem é que ele já absorveu boa parte das características de um outro Deus cananeu chamado Baal (literalmente “senhor”, “mestre” e em certos contextos, até “marido”), um guerreiro jovem e impetuoso que acabou assumindo na mitologia de Ugarit e da Fenícia (atual Líbano) o papel de comando que era de El. Indícios dessa nova “personalidade” de Deus surgem no fato de que, pela primeira vez na narrativa bíblica, Yahweh é visto como um guerreiro, destruindo os “carros de guerra e cavaleiros” do Faraó e mais tarde, guiando as tribos de Israel à vitória durante a conquista da terra de Canaã. Tal como Baal, Yahweh é descrito como “cavalgando as nuvens” e “trovejando”. E mais importante ainda, uma série de textos bíblicos falam de Deus impondo sua vontade contra os mares impetuosos (como no caso do Mar Vermelho) ou derrotando monstros marinhos (Isaías 51:9; Êxodo 14:15-31). Há aí uma série de semelhanças com a mitologia Cananéia sobre Baal, o qual derrotou em combate o Deus-monstro marinho Yam (o nome quer dizer simplesmente “mar” em hebraico) ou “o Rio” personificado. Na mitologia do Oriente Próximo, as águas marinhas eram vistas como símbolos do caos primitivo, e por isso tinham de ser derrotadas e domadas pelos Deuses. Yahweh também é associado à chuva e à fertilidade da terra pelos antigos autores bíblicos, atributos que aparecem entre as funções de Baal (John Day, Yahweh and the Gods and Goddesses of Canaan [Library Hebrew Bible/Old Testament Studies]. Bloomsbury T&T Clark; 1 edition, December 1, 2002. ISBN 978-0826468307).
         Asherah possivelmente era uma Deusa e consorte de Yahweh no Antigo Israel e não um simples atributo deste. Há referências à adoração de vários Deuses pelos reis israelitas. É relatado na bíblia que Salomão construiu vários templos para muitos Deuses e Josias destruiu as estátuas de Asherah que foram erguidas por seu avô Manassés. (1º Reis 11:1-8; 2º Reis 21:1-9) Várias descobertas arqueológicas nos ajudam nesta reflexão, destacando as de Khirbet el-Qom em 1967 e a de Kuntillet Adjrud em 1976, que traz a inscrição “abençoo-te em Yahweh de Teman e sua Asherah” mostrando claramente que a Deusa Asherah era encarada na época como uma companheira ou esposa de Yahweh. Um dos mais antigos artefatos arqueológicos de Israel datado de 1000 a.C., um púlpito politeísta de Tanach escavado em 1968 pelo arqueólogo americano Paul Lapp, apresenta representações da Deusa Asherah e Yahweh, mostrando a natureza politeísta da antiga cultura israelita. (Othmar Kell and Christoph Uehlinger, Gods, goddesses, and images of God in ancient Israel. Fortress Press, 1998, págs. 228-239 / Meindert Djikstra, I Have Blessed you by YHWH of Samaria and his Asherah: Texts With Religious Elements from the Soil Archive of Ancient Israel, in Bob Becking, Only One God? Monotheism in Ancient Israel and the Veneration of the Goddess Asherah. Sheffield Academic Press, 2001, págs. 32-34).
         O livro bíblico dos Provérbios, bem como alguns outras fontes israelitas, apresenta a figura da Sabedoria personificada, uma espécie de “auxiliar” ou “primeira criatura” de Deus que o teria auxiliado na obra da criação do mundo. Segundo o texto dos Provérbios, Deus “se deleita” com a Sabedoria e a usa para inspirar atos sábios nos seres humanos (Provérbios 8:22-31). Para muitos pesquisadores a figura da Sabedoria incorpora aspectos da antiga Asherah na maneira como os antigos israelitas viam Deus. Embora o próprio Deus não seja descrito como feminino, haveria uma complementaridade entre ele e sua principal auxiliar. Portanto, assim como os antigos gregos, os israelitas tinham um panteão de Deuses em sua adoração como Yahweh, Baal e Asherah, conforme comprovado por evidências arqueológicas.  
         A proibição da Deusa Asherah é fruto de um dado momento histórico de elaboração e ascensão do monoteísmo. A identidade judaica, após a drástica experiência do exílio babilônico e na tentativa de reorganização da nação, passa a se basear num só Deus. A centralidade em Yahweh se torna um fator importante da nova identidade nacional em formação, que foi moldada pelos movimentos reformadores de Esdras e Neemias. A idolatria passa a ser a causa da ruína de Israel. Vemos este reflexo no conflito que os textos bíblicos demonstram em relação a Asherah e a outros Deuses e Deusas, bem como, em relação principalmente às mulheres estrangeiras. A elaboração e instituição do monoteísmo não aconteceu de forma democrática e pacífica. A partir de um contexto politeísta, a centralidade em Yahweh é um processo violento, proibindo e demonizando o diferente como uma ameaça. Um processo nítido de intolerância religiosa e destruição da cultura anterior. A supressão do culto e da imagem da Deusa Asherah traz consequências profundas, afetando em especial as mulheres, que tinham na Deusa uma possibilidade de representação do feminino no sagrado. Assim, a religião judaica vai se constituindo em torno de um único Deus masculino, sustentando historicamente uma sociedade patriarcal (William G. Dever, Did God Have a Wife? Archaeology and Folk Religion in Ancient Israel. Wm. B. Eerdmans Publishing Co. July 23, 2008. ISBN 978-0802863942).
         Um relato bíblico que demonstra bem esta questão do politeísmo no Antigo Israel encontra-se no livro de 1 Samuel capítulo 15. Nesta passagem o profeta Samuel ordena que Saul, o primeiro Rei de Israel destrua a nação de Amaleque, que segundo o profeta havia agido mau para com os israelitas no passado. A orientação é destruir tudo sem dó nem piedade, incluindo mulheres e bebês, até mesmo os animais. Só que Saul resolveu ter compaixão e não matou o Rei Aguague e o melhor do rebanho amalequita. Quando Samuel ficou sabendo disso ficou furioso com o Rei Saul que tentava de todas as formas explicar os motivos que o levaram a agir daquela forma. Mas o profeta Samuel não quis dar ouvidos as explicações do Rei Saul, ele disse que Jeová (Yahweh) havia rejeitado Saul. Desesperado o Rei Saul agarra a aba da túnica do profeta e implora usando a seguinte expressão: “Pequei. Agora, por favor, honra-me diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel, e volta comigo, e eu certamente me prostrarei diante de Jeová, teu Deus” (1ª Samuel 15:30).
         Observou a última expressão usada pelo Rei Saul, “teu Deus”? O texto mostra claramente que Jeová (Yahweh) era o Deus de Samuel, mas Saul prestava reverência a outro Deus além de Jeová. Samuel não era da mesma tribo de Saul, pelo visto cada tribo tinha um Deus considerado o principal e provavelmente Jeová não era o Deus principal da tribo de Saul. Se Jeová fosse o Deus principal de Saul ele usaria a expressão “nosso Deus”. Mas não foi esta expressão que Saul usou, o texto é bem claro, ele disse “teu Deus”. O fato de Saul ter dito “teu Deus” era porque Samuel era um profeta de Jeová. Havia profetas de vários Deuses no Antigo Israel, profetas de Jeová, profetas de Baal, profetas de Asherah, etc. Cada um era consultado para determinado assunto. Presume-se que Jeová era associado à guerra, portanto, esta divindade era consultada para este tipo de assunto. Em certa ocasião, o Rei Acazias de Israel pediu consulta ao Deus Baal-Zebube, para saber se ele se recuperaria de seu acidente. Provavelmente, Baal-Zebube era uma divindade ligada à cura: “Certo dia, Acazias caiu da sacada do seu quarto no palácio de Samaria e ficou muito ferido. Então enviou mensageiros para consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom, para saber se ele se recuperaria” (2 Reis 1:2, Nova Versão Internacional). Se Saul estivesse interessado em saber algo relacionado com sua saúde ou de sua família possivelmente teria consultado um profeta de Baal-Zebube. É sabido que Saul tinha um filho chamado Esbaal, cujo nome significa Homem de Baal: “Ner gerou Quis, que gerou Saul. Saul gerou Jônatas, Malquisua, Abinadabe e Esbaal” (1 Crônicas 8:33, Nova Versão Internacional). [Nota – O parágrafo acima é de autoria de Gustavo Padovan extraído do link: http://extestemunhasdejeova.net/forum/viewtopic.php?f=11&t=14925#p294442]

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         Obviamente, depois do exilio babilônico, os escribas que reescreveram a história de Israel fizeram questão de colocar os profetas dos outros Deuses que não fossem de Jeová (Yahweh) como sendo falsos e os que os seguiam como sendo pessoas desviadas da verdadeira fé. Sempre quando havia alguma disputa entre os profetas para determinar quem era o verdadeiro e mais poderoso Deus, os escribas passaram a colocar os profetas de Jeová (Yahweh) com sendo sempre os vitoriosos, dando assim suporte a adoração monoteísta que eles queriam justificar e perpetuar. Apesar dos reformadores do período pós exilio reescreverem a história de Israel tentando retirar todos os traços de politeísmo de seus escritos sagrados, observamos em algumas passagens expressões que indicam a cultura politeísta do antigo Israel. Observe alguns versos na bíblia que mostram Yahweh (Jeová) como um entre vários outros Deuses existentes.
         “Quem entre os deuses é semelhante a ti, ó Jeová?”. Entre os deuses, Hebraico: ba·’e·lím, plural de ’El (Êxodo 15:11).
         “Não há nenhum igual a ti entre os deuses, ó Jeová, nem há quaisquer trabalhos iguais aos teus”. Entre os deuses, Hebraico: va·’elo·hím; Grego: the·oís (Salmos 86:Cool.
         “Agora sei deveras que Jeová é maior do que todos os [demais] deuses”. Os [demais] deuses, Hebraico: ha·’elo·hím; Grego: tous the·oús (Êxodo 18:11).
         “Pois, Jeová, vosso Deus, é o Deus dos deuses”. Ou “Deus de deuses”, Hebraico: ’Elo·héh ha·’elo·hím; Grego: The·ós ton the·ón (Deuteronômio 10:17).
         O Deus dos deuses, Iahweh, o Deus dos deuses, Iahweh, bem o sabe, e Israel deve sabê-lo: se houve de nossa parte rebelião ou infidelidade para com Iahweh, que ele deixe de nos salvar neste dia”. Ou “Deus de Deuses”, Hebraico: ’El  ’Elo·hím  Yehwáh (Josué 22:22, Bíblia de Jerusalém).
         “Fala Iahweh, o Deus dos deuses, convocando a terra, do nascente ao poente”. Ou “Deus de deuses”, Hebraico: ’El ’Elo·hím (Salmos 50:1, Bíblia de Jerusalém).
         Expressões como “Entre os deuses”, “Os demais deuses” e “Deus de deuses” são claras em demonstrar a cultura politeísta no antigo Israel.
        O melhor termo para enquadrarmos a antiga religião israelita seria o monolatria, que significa o reconhecimento da existência de outros Deuses, mas prestação de adoração consistente e exclusiva à apenas um Deus.
    Porém, até mesmo esta classificação pode ser contestada, haja vista que a história israelita que sobreviveu até nós foi contada pelos Judeus séculos depois dos acontecimentos.
    Para os sacerdotes do Judaísmo do 2º Templo (após a queda da Babilônia) seria um vexame mencionar que outros Deuses eram adorados conjuntamente com Jeová, portanto eles reescreveram a história, apontando que a adoração de outros Deuses foi uma exceção, um desvio.
    Porém a arqueologia está provando cada vez mais que aquilo que a bíblia conta como exceção na verdade era a regra, o politeísmo era a principal religião deles (Mark S. Smith, The Early History of God: Yahweh and the Other Deities in Ancient Israel [Biblical Resource Series]. Wm. B. Eerdmans Publishing Company, 2 edition, August 3, 2002. ISBN978-0802839725). [Nota - O parágrafo acima é de autoria de Gustavo Padovan extraído do link: http://extestemunhasdejeova.net/forum/viewtopic.php?f=11&t=14767&st=0&sk=t&sd=a&start=10#p291998]
      
    Fonte - Este texto foi extraído do livro "A Bíblia Sob Escrutínio", publicado pela Editora Clube de Autores. Para conhecê-lo acesse o site através deste link: [Apenas Administradores podem visualizar links]
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