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Provando que Jesus Cristo Nunca Existiu!
Provando que Jesus Cristo Nunca Existiu!
As
Provas e as Contra Provas de que Jesus Nunca Existiu!
http://www.umanovaera.com/Fraudes_Religiosas/jesus_cristo_nunca_existiu.htm
A Igreja serviu-se de
farta documentação, conforme já mencionamos anteriormente, com
intenção de provar a existência de Cristo. No entanto, a
história ignora-o completamente. Quanto aos autores profanos que
pretensamente teriam escrito a seu respeito, foram nesta parte
falsificados. Por outro lado, documentos históricos demonstram
sua inexistência. As provas históricas merecem nosso crédito,
porque pertencem à categoria dos fatos certos e positivos, e
constituem testemunhos concretos e válidos de escritores de
determinadas escolas.
A interpretação da
Bíblia e da mitologia comparada não resiste a uma confrontação
com a história. Flávio Josefo, Justo de Tiberíades, Filon de
Alexandria, Tácito, Suetônio e Plínio, o Jovem, teriam feito em
seus escritos, referências a Jesus Cristo. Todavia, tais escritos
após serem submetidos a exames grafotécnicos, revelaram-se
adulterados no todo ou em parte, para não se falar dos que foram
totalmente destruídos. Além disso, as referências feitas a
Crestus, Cristo ou Jesus, não são feitas exatamente a respeito
do Cristo dos Cristãos. Seria mesmo difícil estabelecer qual o
Cristo seguido pelos cristãos, visto que esse era um nome comum
na Galiléia e Judéia.
Segundo Tácito,
judeus e egípcios foram expulsos de Roma por formarem uma só e
mística superstição cristã. As expulsões ocorreram duas vezes
no tempo de Augusto e a terceira vez no governo de Tibério, no
ano 19 desta era. Tais expulsões desmentem a existência de
Jesus, porquanto, ocorreram quando ainda o nome de cristão
aplicava-se a superstição judaico-egípcia, a qual se confundiu
com o cristianismo.
Filon de Alexandria,
apesar de ter contribuído poderosamente para a formação do
cristianismo, seu testemunho é totalmente contrário à
existência de Cristo. Filon havia escrito um tratado sobre o Bom
Deus – Serapis –, tratado este que foi destruído. Os
evangelhos cristãos a ele muito se assemelham, e os
falsificadores não hesitaram em atribuir as referências como
sendo feitas a Cristo.
Os historiadores
mostram que essa religião nasceu em Alexandria, e não em Roma ou
Jerusalém. Fazem ver que ela nasceu das idéias de Filon que,
platonizando e helenizando o judaísmo, escreveu boa parte do
Apocalipse. A mesma transformação que o cristianismo dera ao
judaísmo ao introduzir-lhe o paganismo e a idolatria, Filon
imprimira a essa crença, até então apenas terapeuta, dando-lhe
feição grega, de cunho platônico.
Embora tenha sido de
certo modo o precursor do cristianismo, não deixou a menor prova
de ter tomado conhecimento da existência de Jesus Cristo, o mago
rabi, e isto é lógico porque o cristianismo só iria ser
elaborado muito depois de sua morte.
Bastaria o silêncio
de Filon para provar estarmos diante de uma nova criação
mitológica, de cunho metafísico. Entretanto, escrevendo como
cristão, os lançadores do cristianismo louvaram-se nas suas
idéias e escritos. Tivesse Jesus realmente existido, jamais Filon
deixaria de falar em seu nome, descreveria certamente sua vida
miraculosa. Filon relata os principais acontecimentos de seu
tempo, do judaísmo e de outras crenças, não mencionando,
porém, nada sobre Jesus. Cita Pôncio Pilatos e sua atuação
como Procurador da Judéia, mas não se refere ao julgamento de
Jesus a que ele teria presidido.
Fala igualmente dos
essênios e de sua doutrina comuna dizendo tratar-se de uma seita
judia, com mosteiro à margem do Jordão, perto de Jerusalém.
Quando no reinado de Calígula esteve em Roma defendendo os
judeus, relata diversos acontecimentos da Palestina, mas não
menciona nada a respeito de Jesus, seus feitos ou sua sorte e
destino.
Filon, que foi um dos
judeus mais ilustres de seu tempo, e sempre esteve em dia com os
acontecimentos, jamais omitiria qualquer notícia acerca de Jesus,
cuja existência, se fosse verdadeira, teria abalado o mundo de
então. Impossível admitir-se tal hipótese, portanto.
Por isso é que M.
Dide fez ver que, diante do silêncio de homens extraordinários
como Filon, os acontecimentos narrados pelos evangelistas não
passam de pura fantasia religiosa. Seu silêncio é a sentença de
morte da existência de Jesus.
O mesmo silêncio se
estende aos apóstolos, assinala Emílio Bossi. Evidencia que tudo
quanto está contido nos Evangelhos refere-se a personalidades
irreais, ideais, sobrenaturais de inexistentes taumaturgos. O
silêncio de Filon e de outros se estende não apenas a Jesus, mas
também aos seus pretensos apóstolos, a José, a Maria, seus
filhos e toda a sua família.
Flávio Josefo, tendo
nascido no ano 37, e escrevendo até 93 sobre judaísmo,
cristianismo terapeuta, messias e Cristos, nada disse a respeito
de Jesus Cristo. Justo de Tiberíades, igualmente não fala em
Jesus Cristo, conquanto houvesse escrito uma história dos judeus,
indo de Moisés ao ano 50. Ernest Renan, em sua obra “Vie de
Jesus”, apesar de ter tentado biografar Jesus, reconhece o
pesado silêncio que fizeram cair sobre o pretenso herói do
cristianismo.
Os Gregos, os romanos
e os hindus dos séculos I e II jamais ouviram falar na
existência física de Jesus Cristo. Nenhum dos historiadores ou
escritores, judeus ou romanos, os quais viveram ao tempo em que
pretensamente teria vivido Jesus, ocupou-se dele expressamente.
Nenhum dedicou-lhe atenção. Todos foram omissos quanto a
qualquer movimento religioso ocorrido na Judéia, chefiado por
Jesus.
A história não só
contesta a tudo o que vem nos Evangelhos, como prova que os
documentos em que a Igreja se baseou para formar o cristianismo
foram todos inventados ou falsificados no todo ou parte, para esse
fim. A Igreja sempre dispôs de uma equipe de falsários, os quais
dedicaram-se afanosamente a adulterar e falsificar os documentos
antigos com o fim de pô-los de acordo com os seus cânones.
O piedoso e culto
bispo de Cesaréia, Eusébio, como muitos outros tonsurados,
receberam ordens papais para realizar modificações em
importantes papéis da época, adulterando-os e emendando-os
segundo suas conveniências. Graças a esses criminosos arranjos,
a Igreja terminaria autenticando impunemente sua novela religiosa
sobre Jesus Cristo, sua família, seus discípulos e o seu tempo.
Conan Doyle
imortalizou o seu personagem, Sherlock Holmes, assim como Goethe
ao seu Werther. Deram-lhes vida e movimento como se fossem pessoas
reais, de carne e ossos. Muitos outros escritores imortalizaram-se
também através de suas obras, contudo, sempre ficou patente
serem elas pura ficção, sem qualquer elo que as ligue com a vida
real. Produzem um trabalho honesto e honrado aqueles que assim
procedem, ao contrário daqueles que deturpam os trabalhos
assinados por eminentes escritores, com o objetivo premeditado de
iludir a boa fé do próximo. E procedimento que, além de
criminoso, revela a incapacidade intelectual daqueles que precisam
se valer de tais meios para alcançar seus escusos objetivos.
Berson, citado por
Jean Guitton em “Jesus”, disse que a inigualável humildade de
Jesus dispensaria a historicidade; entretanto, erigiu os
Evangelhos como documento indiscutível como prova, o que a
ciência histórica de hoje rejeita. Só depois de muito entrado
em anos é que se tornaria indiferente para com a pirracenta
crença religiosa dos seus antepassados, como aconteceu com mentes
excepcionalmente cultas, tornadas ilustres pelo saber e pelo
conhecimento e não apenas pelo dinheiro.
Diante da história,
do conhecimento racional e científico que presidem aos atos da
vida humana, muitos já se convenceram da primária e irreal
origem do cristianismo, o qual nada mais é do que uma síntese do
judaísmo com o paganismo e a idolatria greco-romana do século I.
Graças ao trabalho
de notáveis mestre de Filosofia e Teologia da Escola de
Tübíngen, na Alemanha, ficou provado que os Evangelhos e mesmo
toda a Bíblia não possuem valor histórico, pondo-se em dúvida
conseqüentemente tudo quanto a Igreja impôs como verdade sobre
Jesus Cristo. Tudo o que consta dos Evangelhos e do Novo
Testamento são apenas arranjos, adaptações e ficções, como o
próprio Jesus Cristo o foi.
Através da pesquisa
histórica e de exames grafotécnicos ficou evidenciado que os
escritos acima referidos são apócrifos. De sorte que, não
servindo como documentos autênticos, devem ser rejeitados pela
ciência. Jean Guitton diz que o problema de Jesus varia e acordo
com o ângulo sob o qual seja examinado: histórico, filosófico
ou teológico.
A história exige
provas reais, segundo as quais se evidenciem os movimentos da
pessoa ou do herói no palco da vida humana, praticando todos os
atos a ela concernentes, em todos os seus altos e baixos. Pierre
Couchoud, igualmente citado por Guitton, sendo médico e
filósofo, considerou Jesus como tendo sido “a
maior existência que já houve, o maior habitante da terra”,
entretanto, acrescentou: “não existiu no sentido
histórico da palavra: não nasceu. Não sofreu sob Pôncio
Pilatos, sendo tudo uma fabulação mítica”.
A passagem de Jesus
pela terra seria o milagre dos milagres: “o continente, embora
fosse o menor, contivera o conteúdo, que era o maior!” A
Filosofia quer fatos para examinar e explicar à luz da razão,
generalizando-o. No que se refere à existência de Jesus, é
patente a impossibilidade de generalização, porquanto, na
qualidade de mito, como os milhares que o antecederam, sua
personalidade é apenas fictícia, por conseguinte, nenhum
material pode oferecer à Filosofia para ser sistematizado,
aprofundado ou explicado.
No tocante à
Teologia, cabe-lhe apenas a parte doutrinária acerca das coisas
divinas. A ela, interessa apenas incutir nas mentes os seus
princípios, sem, contudo, procurar neles o que possa existir de
concreto, o que inclusive seria contrário aos interesses
materiais, daqueles aos quais aproveita a religião. Os
Enciclopedistas mostraram como eram tolos e irracionais os dogmas
da Igreja, lembrando ainda que ela era um dos mais fortes pilares
do feudalismo escravocrata.
Voltaire mostrou as
coincidências entre o Evangelho de João e os escritos de Filon,
lembrando ter sido ele um filósofo grego de ascendência judia,
cujo pai, um outro judeu culto, teria sido contemporâneo de
Jesus, se ele tivesse realmente existido. A filosofia religiosa de
Filon era a mesma do cristianismo, tanto que inicialmente foi
cogitada sua inclusão entre os fundadores da nova crença.
Contudo, após exame rigoroso de sua obra, foram encontradas
idéias opostas aos interesses materiais dos lideres cristãos da
época.
Devemos aos
Enciclopedistas, bem como a Voltaire, o incentivo para que muitos
pensadores futuros pudessem desenvolver um trabalho livre, na
pesquisa da verdade. As convicções de Voltaire são o fruto de
profundo estudo das obras de Filon. Os racionalistas,
posteriormente, servindo-se de seus escritos, concluíram que a
Igreja criou seus dogmas de acordo com a lenda e o mito,
impondo-os a ferro e fogo.
Bauer, aplicando os
princípios hegelianos na Universidade de Tübingen, concluiu que
os Evangelhos haviam sido escritos sob a influência judia, de
acordo com seu gosto. Posteriormente, interesses materiais e
políticos motivaram alterações nos mesmos. Em vista de tais
interesses é que Pedro, o pregador do cristianismo nascente, que
era pró-judeu, teve de ser substituído por Paulo, favorável aos
romanos. E Marcião teria sido o autor dos escritos atribuídos ao
inexistente Paulo.
O mérito da Escola
de Tübingen consiste em haver provado que os Evangelhos são
apócrifos, e assim não servem como documento aceitável pela
história. Levando ao conhecimento do mundo livre que os
fundamentos do cristianismo são mistificações puras, os mestres
da referida Escola abalaram os alicerces de uma empresa, que há
séculos explora a humanidade crente, vendendo o nome de Deus a
grosso e a varejo.
Tudo nos leva a crer
que, no futuro, o conhecimento científico exigirá bases sólidas
para todas as coisas, quando então as religiões não mais
prevalecerão, porquanto, não poderão contribuir para a ciência
ou para a história, com qualquer argumento sólido e fiel.
Ademais, não nos
parece lógico que o homem atual, o qual já atingiu um tão
elevado nível de desenvolvimento, o que se verifica em todos os
setores do conhecimento, tais como científico, tecnológico e
filosófico, permaneça preso a crenças em deuses inexistentes,
em mitos e tabus.
Diz-se que a Bíblia,
o livro sagrado dos cristãos, do qual se valem eles para provar a
existência de seu Deus e Jesus Cristo, seu filho unigênito, foi
escrito sob a inspiração divina. O Próprio Deus tê-lo-ia
escrito, através de homens inspirados por ele, claro. A doutrina
cristã ensina que Deus, além de onipotente, é onipresente e
onisciente.
Sendo dotado de tais atributos – onisciência e
onipresença –, seria de se esperar que Deus, ao ditar aos
homens inspirados o que deveriam escrever, não se restringisse
apenas ao relato das coisas, fatos ou lugares então conhecidos
pelos homens.
Sendo onipresente,
deveria estar no universo inteiro. Conhecê-lo e levá-lo ao
conhecimento dos homens, e não apenas limitar-se a falar dos
povos ou lugares que todos conheciam ou sabiam existir. Sendo
onisciente, deveria saber de todas s coisas de modo certo,
correto, exato, e assim inspirar ou ensinar.
Todavia, aconteceu
justamente o contrário. A Bíblia, escrita por homens inspirados
por Deus onipresente e onisciente, está repleta de erros, os mais
vulgares e incoerentes, revelando total ignorância acerca da
verdade e de tudo mais.
Vejamos apenas um
exemplo. Diz a Bíblia que o sol, a lua e as estrelas foram
criadas em função da terra: para iluminá-la. Seria o centro do
universo, então, o que é totalmente falso. Hoje, ou melhor, há
muito tempo, todos sabemos que a terra é apenas um grão de areia
perdido na imensidão do universo, sendo mesmo uma das menores
porções que o compõe, inclusive dentro do sistema solar de que
faz parte.
Como teria Josué
feito parar o sol, a fim de prolongar o dia e ganhar sua batalha
contra os cananitas, sem acarretar uma catástrofe? Decididamente,
quem escreveu tais absurdos, sendo homem, sujeito a falhas e
erros, é perdoável.
Entretanto, sendo um Deus onipresente e
onisciente, ou por sua inspiração, é inconcebível. E mais
inconcebível ainda é que o homem moderno permaneça escravo
desta ou de qualquer outra religião.
Dispondo de modernos meios
de difusão e divulgação da cultura, o homem não pode ignorar o
quanto é falsa a doutrina cristã, além de absurda, o mesmo
estendendo-se a qualquer outra forma de culto ou religião. Como
entender que sendo Deus onipresente e onisciente, não saberia que
todos os corpos do universo possuem movimento, e que este os
mantém dentro de sua órbita, sem atropelos ou abalroamento?
Quando Jeová
resolveu disciplinar o comportamento dos hebreus, marcou encontro
com Moisés, no Monte Sinai, para lhe entregar as tábuas da lei.
Fato idêntico acontecera muito antes, quando Hamurabi teria
recebido das mãos do deus Schamash a legislação dos babilônios
no século XVII a.C.. A mesma foi encontrada em Susa, uma das
grandes metrópoles do então poderoso império babilônio,
encontrando-se atualmente guardada no Museu do Louvre, em Paris.
No que concerne aos
Evangelhos, foram escritos em número de 315, copiando-se sempre
uns aos outros. No Concílio de Nicéia, tal número foi reduzido
para 40, e destes foram sorteados os 4 que até hoje estão
vigorando.
A. Laterre, entre
outros escritores, assinala ter sido o Evangelho de Marcos o mais
antigo, e haver servido de paradigma para os outros, os quais não
guardaram sequer fidelidade ao original, dando margem a choques e
entrechoques de doutrina.
Após o Evangelho de
Marcos, começaram a surgir os demais que, alcançando elevado
número, foram reduzidos. A escolha não visou os melhores, o que
seria lógico, mas baseou-se tão-somente no prestigio político
dos bispos das regiões onde haviam sido compostos.
A. Laterre patenteou
igualmente, em “Jesus e sua doutrina”, que a lenda composta
pelos fundadores do cristianismo, para ser admitida pelos homens
como verdade, fora copiada de fontes mitológicas muito anteriores
ao próprio judaísmo, remontando aos antigos deuses hindus,
persas ou chineses.
No
século II, quando começou a aparecer a biografia de Jesus, havia
apenas o interesse político e material em se manter a sua santa
personalidade idealizada. Constantino, no século IV, tendo
verificado que suas legiões haviam-se tornado reticentes no
cumprimento de suas ordens contra os cristãos, resolveu mudar de
tática e aderir ao cristianismo. Percebendo que os bispos de
Alexandria, Jerusalém, Edessa e Roma tinham a força necessária
para fazer-lhe oposição, sentiu-se na contingência de ceder
politicamente, com o objetivo de conseguir obediência total e
unificar o império. De sorte que sua adesão ou conversão ao
cristianismo não se baseou em uma convicção intima, espiritual,
porém, resultou de conveniências políticas.
Embora não crendo na
religião cristã, percebeu que a cruz dar-lhe-ia a força que lhe
faltava para tornar-se o imperador único e obedecido cegamente.
Daí a história do sonho que tivera antes de uma batalha, segundo
o qual vira a cruz desenhada no céu e estas palavras escritas
abaixo: “in hoc signo vincis”, com este sinal, vencerás. Não
era cristão verdadeiro, apenas fingia sê-lo para conseguir os
seus objetivos.
Dujardin conta-nos
que o cristianismo só surgiu a partir do ano 30, graças a um
rito em que se via a morte e a ressurreição de Jesus, o qual
seria uma divindade pré-cristã. Nesta seita, os seus adeptos
denominavam-se apóstolos, significando missionários, os que
traziam uma mensagem nova. Os apóstolos desse Jesus juravam
terem-no visto, após sua morte, ressuscitar e ascender ao céu.
Entretanto, não era este o Jesus dos cristãos.
O Padre Aífred
Loisy, diante do enorme descrédito que o mito do cristianismo
vinha sofrendo nos meios cultos de Paris, resolveu pesquisar-lhe
as origens, visando assim desfazer as objeções apresentadas de
modo seguro e bem fundamentado. Buscava a verdade para mostrá-la
aos demais. Entretanto, ao fazer seus estudos, o Padre Loisy
constatou que realmente a crítica havia se baseado em fatos
incontestáveis. Por uma questão de honra, não poderia ocultar o
resultado de suas pesquisas, publicando-o logo em seguida. Sendo
tal resultado contrário fundamentalmente aos cânones da Igreja,
foi expulso de sua cátedra de Filosofia, na Universidade de
Paris, e excomungado pelo Papa, em 1908.
O Pe. Loisy havia
concluído que os documentos nos quais a Igreja firmara-se para
organizar sua doutrina provieram do ritual essênio. Jesus Cristo
não tivera vida física. Era apenas o reaproveitamento da lenda
essênia do Crestus, o seu Messias. Verificou-se também que as
Paulinianas, de origem insegura, haviam sido refundidas em vários
pontos fundamentais e por diversas vezes, antes de serem
incluídas definitivamente nos Evangelhos. Do mesmo modo chegou à
conclusão de que os Evangelhos não poderiam servir de base para
a história, nem para provar a vida de Jesus, dada a sua
inautenticidade.
Por sorte sua, já
não mais existia a Santa Inquisição; do contrário, o sábio
Padre Loisy teria sido queimado vivo. Os documentos relativos ao
governo de Pilatos, na Judéia, nada relatam a respeito de alguém
que, se intitulando de Jesus Cristo, o Messias ou o enviado de
Deus, tenha sido preso, condenado e crucificado com assentimento
ou mesmo contra sua vontade, conforme narram os evangelhos. Não
tomou conhecimento jamais de que um homem excepcional praticasse
coisas maravilhosas e sobrenaturais, ressuscitando mortos e
curando doentes ao simples toque de suas mãos, ou com uma
palavra, apenas.
Se Pôncio Pilatos,
cuja existência é real e historicamente provável, que estava no
centro dos acontecimentos da época como governador da Judéia,
ignorou completamente a existência tumultuada de Jesus, é que de
fato ele não existiu. Alguém que, pelos atos que lhe são
atribuídos, chega mesmo ao cúmulo de ser aclamado “Rei dos
Judeus” por uma multidão exaltada, como ele o foi, não poderia
passar despercebido pelo governador da região.
O imperador Tibério,
inclusive, jamais soube de tais ocorrências na Judéia. Estranho
que ninguém o informasse de que um povo, que estava sob o seu
domínio, aclamava um novo rei. Ilógico. A ele, Tibério, é que
caberia nomear um rei, governador ou procurador.
Prosper Alfaric, em
L'Ecole de la Raison, assinala as invencíveis dificuldades do
cristianismo em conciliar a fé com a razão. Por isso, a nova
crença teve de apoderar-se das lendas e crenças dos deuses
solares, tais como Osíris, Mitra, Ísis, Átis e Hórus, quando
da elaboração de sua doutrina. Expôs, igualmente, que os
documentos descobertos em Coumrã, em 1947, eram o elo que faltava
para patentear que Cristo é o Crestus dos essênios, uma outra
seita judia.
O cristianismo nada
mais é, então, do que o sincretismo das diversas seitas judias,
misturadas às crenças e religiões dos deuses solares, por serem
as religiões que vinham predominando há séculos. A palavra “evangelho”
em grego significa “boa nova”, já figura na Odisséia de
Homero, Século XII, a.C.. Foi depois encontrada também numa
inscrição em Priene, na Jônia, numa frase comemorativa e de
endeusamento de Augusto, no seu aniversário, significando a “boa
nova” no trono. E isto ocorreu muito antes de idealizarem Jesus
Cristo.
Conforme já
mencionamos anteriormente, no inicio do cristianismo, os
evangelhos eram em número de 315, sendo posteriormente reduzidos
para 4, no Concílio de Nicéia. Tal número indica perfeitamente
as várias formas de interpretação local das crenças religiosas
da orla mediterrânea acerca da idéia messiânica lançada pelos
sacerdotes judeus. Sem dúvida, este fato deve ter levado Irineu a
escrever o seguinte: “Há apenas 4 Evangelhos, nem mais um, nem
menos um, e que só pessoas de espírito leviano, os ignorantes e
os insolentes é que andam falseando a verdade”. A verdade da
Igreja, dizemos nós.
Havia, então, os
Evangelhos dos naziazenos, dos judeus, dos egípcios, dos
ebionistas, o de Pedro, o de Barnabé, entre outros, os quais
foram queimados, restando apenas os 4 sorteados e oficializados no
Concílio de Nicéia. Celso, erudito romano, contemporâneo de
Irineu, entre os anos 170 e 180, disse: “Certos
fiéis modificaram o primeiro texto dos Evangelhos, três, quatro
e mais vezes, para poder assim subtrai-los às refutações”.
Foi necessária uma
cuidadosa triagem de todos eles, visando retirar as divergências
mais acentuadas, sendo adotada a de Hesíquies, de Alexandria; e
de Pânfilo, de Cesaréía e a de Luciano, de Antióquia. Mesmo
assim, só na de Luciano existem 3500 passagens redigidas
diferentemente. Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja,
os Evangelhos não são fonte segura e original.
Os Evangelhos que
trazem a palavra “segundo”, que em grego é “cata”, não
vieram diretamente dos pretensos evangelistas. A discutível
origem dos Evangelhos explica porque os documentos mais antigos
não fazem referência à vida terrena de Jesus. Nos Evangelhos,
as contradições são encontradas com muita freqüência. Em
Marcos, por exemplo, em 1:1-17: “a
linhagem de Jesus vem de Abraão, em 42 gerações”; ao
passo que em Lucas 2:23-28 lê-se que proviera diretamente de
Adão e Eva, sendo que de Abraão a Jesus teriam havido 43
gerações.
Eusébio, comentando
o assunto e não sabendo como dirimir a questão, disse: “Seja
lá o que for, só o Evangelho anuncia a verdade”.(?) Tais
divergências, entretanto, parecem indicar que os Evangelhos não
se destinavam inicialmente à posteridade, visando tão-somente a
catequese imediata de povos isolados uns dos outros. Os escritos
destinados a um povo dificilmente seriam conhecidos dos outros.
O Evangelho de Mateus
teria sido destinado aos judeus, arranjado para agradá-los. Por
isso, não fala nos vaticínios nem no Messias. Por isso ainda é
que puseram na boca de Jesus as palavras seguintes: “Não vim
para abolir as leis dos profetas, mas sim para cumpri-las”. Tudo
indica ter sido feito em Alexandria, porquanto, o original em
hebraico jamais existiu. Baur provou, entretanto, que as
Epístolas são anteriores aos Evangelhos e o Apocalipse, o mais
antigo de todos, do ano 68. Todos os escritos do cristianismo
desse tempo falam apenas no Logos, o Cordeiro Pascoal, imolado
desde o princípio dos tempos, referindo-se à personalidade ideal
de Jesus Cristo.
Justino, filósofo e
apologista cristão, escrevendo em torno do ano 150, não emprega
a palavra Evangelho nem uma vez. Isto mostra que ele, ainda nessa
época, ignorava-a, não tendo conhecimento de sua existência.
Justino ignorava igualmente as paulinianas, Paulo e os Atos dos
apóstolos, o que prova que foram inventados posteriormente.
Marcião, no ano de
140, trouxe as Epístolas a Roma, as quais não foram inicialmente
consideradas merecedoras de fé. Sofreu rigorosa triagem, sendo
cortada muita coisa que não convinha à Igreja. Marcião fora
contemporâneo de Justino. As Epístolas trazidas por ele eram
endereçadas aos Romanos, aos Gálatas e aos Coríntios.
Apresentavam Jesus como um Deus encarnado. Teria nascido de uma
mulher e sofrera o martírio para resgatar os pecados da
humanidade, isto é, dos ocidentais, porque os orientais não
tomaram conhecimento da personalidade de Jesus, seus milagres e
sua pregação e do seu romance religioso.
Engels
constatou que as Epístolas são 60 anos mais novas do que o
Apocalipse. E, ainda, os cristãos contrários ao bispo de Roma
rejeitaram-nas durante séculos. Foi o que se deu com os ebionitas
e os severianos, conforme Eusébio escreveu e Justino confirmou. O
Apocalipse fala em um cordeiro com sete cornos e sete olhos, o
qual foi imolado desde a fundação do mundo (13-. O Apocalipse
foi composto apenas em 68, sendo o mais antigo de todos os
escritos cristãos.
Continua:
Última edição por Fco Oliveira em Sáb Abr 13, 2019 2:27 pm, editado 6 vez(es)
Re: Provando que Jesus Cristo Nunca Existiu!
Lutero e Swinglio
disseram que o Apocalipse foi incluído nos Evangelhos por engano,
tendo a Igreja de inventar, por isso, a ordem cronológica dos
seus livros. Hoje se pode provar que o Apocalipse surgiu entre os
anos 68 e 70; os Evangelhos, no século II, e os Atos dos
Apóstolos são os mais recentes de todos. Eusébio em sua “História
Eclesiástica”, 4-23, diz: “Compus
as Epistolas conforme a vontade do irmão: mas os ‘apóstolos do
diabo' tacharam-nas de inverídicas contando-lhes certas coisas e
acrescentando outras”.
Irineu, ao mesmo
tempo, ordenava ao copista: “Confronta toda cópia com este
original utilizado por ti, e corrige-a cuidadosamente”. Não te
esqueças de reproduzir em tua cópia o pedido que te faço. Essas
citações servem para medirmos que tipo de santidade havia entre
os bispos e seus calígrafos, na arte eusebiana de eméritos
falsificadores de documentos importantes.
Com isto, deram
autenticidade a todas as invencionices do cristianismo e
legitimaram sua liderança na posse material do que pertencia aos
outros. Irineu ainda registrou o seguinte: “Ouvi dizer que não
acreditam esteja isto nos Evangelhos, se não se encontrar nos
arquivos”. Ao que Eusébio respondera: “É
preciso demonstrá-lo”.
Uma excelente prova
da existência de Jesus seria uma comunicação feita por Pilatos
a seu respeito. Entretanto, tal documento não existe. Justino,
instado pelos falsificadores, referiu-se a Jesus, contudo, dada a
sua honradez pessoal, no caso do seu escrito ser autêntico,
fê-lo de modo inseguro e hesitante. Tertuliano, que é mais
seguro do que ele, afirmou que esse valioso documento deverá ser
encontrado nos arquivos imperiais. Contudo, a Igreja apesar de
haver se apoderado de Roma a partir do século IV, não teve a
coragem de apresentar essa indispensável jóia documentária, a
qual de certo seria refutada pela ciência e pelo conhecimento.
Mesmo assim, a partir
do século IV, essa prova espúria foi produzida; contudo, a
Igreja não teve a petulância de submetê-la à grafotécnica.
Daniel Rops, embora fosse um apaixonado cristão, reconheceu a
veracidade dessa falsificação dizendo que: “a que arranjaram
era uma carta enviada a Cláudio, que reinou de 41 a 44, e não a
Tibério, sob cujo governo Pilatos fora Procurador da Judéia”.
No Apocalipse João,
escreveu: “Se alguém acrescentar alguma coisa nisto, Deus
castigará com as penas descritas neste livro; se alguém cortar
qualquer coisa, Deus cortará sua parte na árvore da vida e na
cidade santa descrita neste livro”. Ai está mais uma prova de
como as falsificações eram usuais na fase da Igreja nascente. O
mais interessante é essa gente falar em Deus, como se fosse coisa
cuja existência já tivesse sido provada, não se justificando
mais que o conhecimento e a razão estudassem as bases dessa
existência.
Os padres
mostravam-se estar de tal modo familiarizados com Deus e sua
vontade que por isso achavam certo e justo julgar e queimar vivos
a todos os que deles discordassem. Entretanto, embora dessem a
impressão de estar em contato com Deus, usavam de processos
criminosos, dos quais todos os ociosos usam para sacar contra o
seu meio social. Assim é que hoje se pode provar que o
cristianismo foi construído sobre um terreno atapetado de
mentiras, falsificações e mistificações.
O Novo Testamento
atualmente oficializado é cópia de um texto grego do século IV.
É exatamente o sinótico descoberto em 1859, em um convento do
Monte Sinai, onde vem informada a origem grega. Os originais do
mesmo estão guardados nos museus do Vaticano e de Londres. Foram
publicados com as devidas corrigendas, feitas por Hesíquios, de
Alexandria.
Um papiro encontrado
no Egito, em 1931, apresenta-nos uma ordem cronológica totalmente
diferente da oficializada pela Igreja. Atualmente, as fontes
testamentárias aceitáveis são as do século II em diante,
provindas de Justino, Taciano, Atenágoras, Irineu e outros, os
quais são considerados os verdadeiros criadores do cristianismo.
Taciano foi o “bem
amado” discípulo de Justino. Ele, entretanto, omite a
genealogia de Jesus, dizendo apenas que ele descendia de reis
judeus, de modo muito vago, divergindo assim da orientação
oficializada. Irineu foi que sistematizou o cristianismo. Foi ele
a fonte em que Eusébio inspirou-se. Por isso é que daí em
diante seria obrigatória a confrontação entre os dois textos. O
bispo de Cesaréia fora encarregado pelo todo poderoso bispo de
Roma de falsificar tudo quanto prejudicasse os interesses
materiais da Igreja de então. De modo que, por onde passou a mão
de Eusébio, foi tudo conspurcado criminosamente contra a verdade.
Eusébio foi
realmente um bispo que cria apaixonadamente na divindade de Jesus
Cristo, contudo, já conhecia o poder que possuía o bispo de
Roma. Graças a Eusébio e outros iguais a ele, tornou-se uma
temeridade descrer-se na verdade oficializada pela Igreja. Após
tantas falsificações, todos ficaram realmente inseguros quanto
à verdadeira origem do cristianismo, tal a tumultuação impressa
por Eusébio.
Tertuliano e Clemente
de Alexandria lutaram um pouco para sanar essas fontes, anulando
boa parte do que restara das criminosas unhas de Eusébio. Jacob
Buckhardt, examinando essa documentação, concluiu que o Novo
Testamento merece confiança.
Em Coumrã, em 1947,
como á vimos, foram encontrados documentos com escrita em
hebraico e não em grego, falando em Crestus não em Cristo. Ali,
Habacuc refere-se à perseguição sofrida por essa seita judia,
assim como a morte de Crestus, igualmente traído por Judas, um
sacerdote dissidente. A Igreja, ao ter conhecimento da existência
de tais documentos, pretendeu informar que Crestus era o Cristo de
sua criação, contudo, verificou-se que eles datavam de pelo
menos um século antes do lançamento do romance do Gólgota.
Além disso, continham revelações contrárias aos interesses da
Igreja. Eles relatam as lutas de morte em que viviam as diversas
seitas do judaísmo.
A Didaquê não pôde
entrar nos Evangelhos, devendo silenciar completamente a respeito
da pretensa passagem de Jesus pela terra. De qualquer forma, a
lenda que existia em torno no nome de Crestus foi aproveitada na
época porque, sendo uma seita comunista, suas pregações iriam
servir para atrair ao cristianismo a atenção dos escravos, em
luta contra os seus senhores, a eterna luta do pobre contra o
rico.
Escavações feitas
em Jerusalém desenterraram velhos cemitérios, onde foram
encontradas muitas cruzes do século I e mesmo anteriores.
Todavia, apesar de já ser usada nessa época, só a partir do
século IV é que a Igreja iria oficializá-la como seu emblema.
Levantamentos arqueológicos posteriores provariam que a cruz já
era um piedoso emblema usado desde há milênios.
Orígenes,
polemizando contra Celso, um dos mais cultos escritores romanos de
seu tempo, e que mais combateram as bases falsas da Igreja e de
Jesus Cristo, acusa Flávio Josefo por não haver admitido a
existência de Jesus. Flávio não poderia referir-se a Jesus nem
ao cristianismo porque ambos foram arranjados depois de sua morte.
Assim, os livros de Flávio que falam de Jesus foram compostos, ou
melhor, falsificados muito tempo após sua morte, no decorrer do
século III, conforme as conclusões alcançadas pelos mestres da
Escola de Tübingen.
Sêneca, que foi
preceptor de Nero, suicidando-se para não ser assassinado por
ele, já pensava mais ou menos como os cristãos. Do que se
conclui que as idéias de que se serviu o cristianismo para se
fundamentar são emprestadas das lendas que giravam em torno de
outros Cristos Messias, assim como de outros cultos. Nada tendo,
portanto, de original. Sêneca acreditava em um Deus único e
imaterializável.
Por tudo isso, vemos
que os líderes do cristianismo nada mais fizeram do que se
apropriar das idéias já existentes. Apenas tiveram o cuidado de
promover as modificações necessárias, com vistas a melhor
consecução dos seus objetivos materiais. Sêneca, embora não
fazendo em seus escritos qualquer alusão à existência de Jesus
Cristo, teve muitos de seus escritos aproveitados pelo
cristianismo nascente.
Em Tácito, escritor
do século II, encontram-se referências a respeito de Jesus e
seus adeptos. Contudo, exames grafotécnicos demonstraram que tais
referências são falsas, e resultam de visível adulteração dos
seus escritos. Suetônio, que existiu quando Jesus teria vivido,
escreveu a “História dos Doze Césares”, relatando os fatos
de seu tempo. Referindo-se aos judeus e sua religião, apenas
falou em “distúrbios de judeus exaltados em torno de Crestus”.
Por aí se vê que ele não se referia aos cristãos, porquanto,
eles sempre se mostraram humildes e obedientes à ordem
constituída, evidentemente a fim de passar, tanto quanto
possível, despercebidos. Desse modo, iriam solapando o poder
imperial, manhosamente, como realmente aconteceu.
Suetônio escreveu
ainda que haviam supliciado alguns cristãos que eram gente que se
dedicava demasiado a tolas superstições, orientadas por uma
idéia malfazeja. Disse mais que Nero tivera de mandar expulsar os
judeus de Roma, porque eles estavam sempre se sublevando,
instigados por Crestus. Os cristãos estavam sempre organizados de
modo a atrair aos escravos, sem, contudo, desagradar às
autoridades. Assim sendo, jamais provocariam tumultos. Os
cristãos aos quais Suetônio refere-se poderiam ser os zilotas,
os essênios ou os terapeutas, mas nunca os cristãos de Jesus
Cristo, porquanto, conforme já dissemos acima, os cristãos eram
ensinados a não provocar desordens.
Plínio, o Jovem,
viveu entre os anos 62 e 113, tendo sido subpretor da Bitínia. Na
carta enviada ao imperador, perguntava como agir em relação aos
cristãos, ao que Trajano teria respondido que agisse apenas
contra os que não renegassem à nova fé. Entretanto, não ficou
evidenciado a quais cristãos, exatamente, eram feitas as
referências: se aos crestãos ou aos cristãos. De qualquer
forma, a carta em questão, após ser submetida a exames
grafotécnicos e métodos rádio-carbônicos, revelou haver sido
falsificada.
Justiniano, Imperador
romano, mandou queimar os escritos de Porfírio, através de um
edito, em 448, alegando que: “impelido pela loucura, escrevera
contra a santa fé cristã”.
Vespasiano, ao
morrer, disse: “Que desgraça! Acreditei que me havia tornado um
deus imortal!”. Suas palavras justificam-se pela credulidade
supersticiosa. Partindo do preceito ensinado pelos judeus, aliás,
um falso preceito, de que Cristo havia subido ao céu com corpo e
alma, não seria de estranhar que os imperadores pretendessem
tornar-se deuses, a fim de escapar ao inapelável destino dos que
nascem: a morte.
Calígula, por isso,
fizera-se coroar como Deus-Sol, o Sol Invictus, o Helius. Nessa
época o Império romano, embora em declínio, ainda dominava uma
porção de províncias afastadas de Roma. O homem espoliado pela
força bruta, unificada em torno das regiões, sentindo não ser
possível contar com a justiça humana, passa a esperar pela
justiça dos deuses. Mas, mesmo assim, teriam de apelar para os
deuses dos pobres e não dos ricos, privilegiados e poderosos.
Conta a lenda que
Osíris, o deus solar dos egípcios, foi morto por seu irmão
Seth, o qual dividiu o corpo em 14 pedaços e os espalhou pelo
mundo afora. Ísis, sua esposa e irmã, saiu em busca dos
pedaços, levando seu filho Hórus ao colo. Todos os anos o povo
fazia a festa de Ísis, relembrando o acontecimento. Havendo
conseguido juntar todas a partes do corpo, Osíris ressuscitou,
passando a ser incensado como o deus da morte e da sombra. Fora
uma ressurreição conseguida pelo amor da esposa. Ísis separou a
terra do céu, traçou a órbita dos astros, criou a navegação e
destruiu todos os tiranos. Comandava os rios, as vagas e os
ventos. Seu culto assemelhava-se muito ao de Astartê, de Adônis
e de Átis, religiões muito aparentadas entre si, dominando toda
a orla do Mediterrâneo. Seu culto era uma reminiscência do culto
de Tamus, um deus babilônio, cuja doutrina ensinava que os deuses
nasciam e renasciam, ressuscitando-se.
O judaísmo e, mais
tarde, o cristianismo, beberam dessas fontes grande parte da sua
liturgia. No cristianismo, encontramos Ísis representada pela
Virgem Maria e Hórus transformado em Jesus Cristo. Maria e Jesus,
fugindo de Herodes e indo para o Egito, é a mesma lenda de Ísis
e Hórus, fugindo de Seth.
O
Deus-Homem que morria e ressuscitava já era uma velha “crença
religiosa” naqueles tempos. O cristianismo apenas deu novos
nomes e novas roupagens aos deuses de velhas crenças. A
revelação de Deus aos homens é outra lenda cuja origem perde-se
na noite dos tempos. Muitos séculos antes do surgimento do
judaísmo, Zoroastro ou Zaratrusta havia criado uma religião,
segundo a qual havia uma eterna luta entre o bem e o mal. Aura
Mazzda ou Ormuzd, o deus do fogo e da luz, representava o bem em
luta contra Angra Maniú ou Iarina, o deus das trevas. Nessa luta,
Ormuzd foi auxiliado por seu filho Mitra, o espírito do bem e da
justiça, mediador entre Ormuzd e os homens. Ormuzd mandou seu
filho à terra, o qual nasceu de uma virgem pura e bela, que o
concebeu através de um raio de sol. Morreu e ressuscitou em
seguida.
Essa religião foi
levada para Sicília pelos marinheiros persas, nos últimos
séculos da era passada.
Inventando o
cristianismo, os judeus nada mais fizeram do que sincretizar o
judaísmo ortodoxo com a religião de Mitra, sem esquecer de
Osíris e Átis, cujas religiões eram também muito aceitas em
Roma e Alexandria. Vestígios do mitraísmo foram encontrados em
escavações recentes, feitas em Óstia, os quais datam do século
I. O mitraísmo era praticado em catacumbas, em grutas e em
subterrâneos. O cristianismo copiou-lhe a prática. Daí porque
disseram ter Jesus nascido em uma gruta e, nos primeiros tempos, o
cristianismo foi praticado em catacumbas.
Assim sendo, os
cristãos foram para as catacumbas, não fugindo das autoridades
imperiais, mas tão-somente para observar o ritual mitraico. Os
mitraicos também davam seus banquetes subterrâneos, eram os
banquetes pessoais, comuns nos ritos solares e no judaísmo. Em
ambos, havia o rito do pão e do vinho.
Mitra, o Sol
Invictos, era festejado em dezembro, como Jesus. Outras
aproximações entre o culto de Mitra e o de Jesus, no
cristianismo: o uso da cruz do Sol Radiante, a cruz do Sol
Invictus a qual expandia raios; o uso da pia batismal com a água
benta, as refeições comunais, a destinação do domingo para o
descanso em homenagem ao Senhor; a águia e o touro do ritual
mitraico foram tomados para símbolos dos evangelistas Marcos e
Lucas. Antigos quadros e painéis trazem a figura dos evangelistas
com a cabeça desses animais.
Do judaísmo,
copiaram a crença da imortalidade da alma, a vida no além, o
Inferno, o diabo, a ressurreição, o dia do juízo; práticas e
crenças igualmente existentes no mitraísmo. Graças a esses
espertos arranjos, durante muito tempo, o crente freqüentou
indiferentemente o templo cristão, de Mitra ou de Ísis, crendo
estar na Igreja antiga, onde iam consultar o oráculo.
Por isso, Teofilo, em
Alexandria, mandou construir um templo cristão ao lado de um
templo de Ísis, onde se anunciava o oráculo quando as profecias
vinham de uma revelação astral, mediante a camuflagem das vozes
de antigos bispos ali enterrados. Uma das coisas que favoreceram o
cristianismo foi a abolição do sacrifício sangrento. Muitos
correram a abraçar a nova crença para escapar da morte em um
desses atos propiciatórios.
Spinoza e Hobbes, no
século XVIII, mostraram que o Pentateuco foi composto no século
II a.C. graças ao que o sacerdote judeu havia aprendido no
cativeiro babilônio, fato que aconteceu no século IV a.C. Em
seguida, mostraram uma série de contradições quanto à
cronologia. Em uma das fontes, apresentam Adão e Eva como tendo
sido criados ao mesmo tempo, enquanto em outra informam que ela
havia sido feita de uma costela de Adão. Em uma, o homem aparece
antes dos outros animais, na outra os animais surgem primeiro.
Levantamentos
arqueológicos do começo do século XX, levados a efeito nos
subsolos da Babilônia, provaram que o Deuteronômio resultou, em
grande parte, do que os sacerdotes judeus haviam copiado da
legislação religiosa, civil e criminal de Hamurabi, a qual por
sua vez resultara do que se sabia da civilização acádia, e que
naqueles tempos já era vetusta. Isaías, ao profetizar acerca de
diversos reis de várias épocas, mostra que seu nome foi
inventado séculos depois dos fatos haverem ocorrido. Um desses
reis foi Dano, rei persa que governou em 538 a.C., quando libertou
os judeus do cativeiro.
Herodes morreu no ano
IV a.C., foi responsabilizado pela matança dos inocentes, para
compor o controvertido romance da fuga para o Egito. Tudo o que
até agora temos relatado constitui provas evidentes de que a
Bíblia não tem a antiguidade nem a veracidade que lhe pretendem
imprimir. Os zilotas que seguiam a linha comunista dos essênios
combatiam tanto os judeus ricos como a ocupação romana. Os
essênios, ao professar, faziam votos de pobreza, quando juravam
nada contar da seita para os estranhos e nada ocultar dos
companheiros. Era um dos ramos do judaísmo em que não mais se
oferecia sacrifício sangrento, o que foi copiado pelo
cristianismo.
Os Evangelhos foram
compostos para enquadrar Jesus no que está previsto no versículo
17 do salmo 22. De modo que Jesus não passou de um ator arranjado
para representar o drama do Gólgota. Cumpriu as Escritas como
ator e não como sujeito de uma vida real. Reimarus, filósofo
alemão que morreu em 1768, estudou a fundo a história de Jesus.
Chegou a conclusões irrefutáveis, que assombraram a Igreja muito
mais do que Copérnico ou Darwin. Disse que, se Jesus tivesse
mesmo existido, seria, quando muito, um político ambicioso que
fracassara completamente em suas conspirações contra o governo.
Emmanuel Kant foi o
primeiro filósofo que conseguiu racional e inteligentemente
expulsar Jesus da história humana, através de uma impressionante
e profunda exegese do herói do cristianismo. Volney, em “As
Rumas de Palmira”, após regressar de uma longa viagem de
pesquisas sobre Antigüidade clássica pelo Oriente Médio,
elaborou o trabalho acima referido, no qual nega a existência
física de Jesus Cristo.
Arthur Drews
igualmente viveu muitos anos na Palestina dedicando-se ao estudo
de sua história antiga; concluiu que Jesus Cristo jamais foi um
acontecimento palestino. Examinou todos os lugares pelos quais os
evangelistas pretenderam tivesse Jesus passado. Constatou, então,
que o cristianismo foi totalmente estruturado em mitos;
entretanto, organizado de modo a assumir o aspecto de verdade
incontestável, a ser imposta pela Igreja. Todavia, para sorte
nossa, homens estudiosos e inteligentes contestam as falsas
verdades elaboradas pelo cristianismo, com argumentos
irretorquíveis.
Dupuis disse que,
aqueles que fizeram de Jesus um homem, conseguiram enganar tanto
quanto os que o transformaram em um deus. Em suas observações,
deixa patente que o romance de Jesus nada mais é do que a
repetição das velhas lendas dos deuses solares. Vejamos suas
palavras: “Quando
tivermos feito ver que a pretensa história de um deus que nasceu
de uma virgem, no solstício do inverno, depois de haver descido
aos infernos, de um deus que arrasta consigo um cortejo de doze
apóstolos, – os doze signos solares – cujo chefe tem todos os
atributos de Jano, um deus vencedor do deus das trevas, que faz
transitar o homem império da luz e que repara os males da
natureza, não passa de uma fábula solar... ser-lhe-á pouco
menos indiferente examinar se houve algum príncipe chamado
Hércules, visto haver-se provado que o ser consagrado por um
culto, sob o nome de Jesus Cristo, é o Sol, e que o maravilhoso
da lenda ou do poema tem por objeto este astro, então parecerá
que os cristãos tem a mesma religião que os índios do Peru, a
quem os primeiros fizeram degolar”.
Albert Kalthoft diz
que Jesus personifica o movimento sócio-econômico que no século
I sublevava o escravo, o pobre e o proletário. O seu messianismo
foi espertamente aproveitado pelos líderes dos judeus da
diáspora, aqueles que exploravam a desgraça do judeu pobre em
benefício próprio. Acrescenta que a divergência que existe
entre os quatro evangelistas resulta das várias tendências
daquele movimento social revolucionário nascido em Roma, do qual
a versão palestina é apenas o reflexo.
Salonmon Reinach, em
“Orheus”, salienta o completo silêncio dos autores
contemporâneos de Jesus Cristo acerca de sua pretensa
existência. Tal silêncio verifica-se tanto entre os escritores
judeus como entre os não judeus. Examina em profundidade as “Acta
Pilati” e constata que os acontecimentos que o cristianismo
situou em seu governo não foram do que ressuscitou no equinócio
da primavera, de seu conhecimento, e assim sendo Pilatos jamais
soube qualquer coisa a respeito de Jesus Cristo.
Pierre Louis Couchoud
afirma que a existência real de Jesus é indemonstrável, do
ponto de vista histórico. E acrescenta que as referências feitas
por Flávio Josefo a Jesus não passam de falsificação de
textos, sobejamente provada hoje pelos peritos da crítica
histórica. Os maiores movimentos históricos tiveram como origem
os mitos, cujo papel social é dar forma aos anseios inconscientes
do povo. Compara, inclusive, a lenda de Jesus com a de Guilherme
Tell, na Suíça. Todos sabem tratar-se de uma lenda nacional,
todavia, Guilherme Tell é ali reverenciado como herói verdadeiro
e real. Seu nome promove a união política dos cantões, embora
falem línguas diferentes.
É possível que o
mesmo aconteça em relação a Jesus e o cristianismo. Estando em
jogo interesses de ordem social, política e, sobretudo,
econômica, os líderes cristãos preferem deixar o mito de pé,
pois enquanto houver cristãos, sua profissão estará garantida e
os lucros continuarão sendo por eles auferidos.
O que se faz
necessário é que o povo seja esclarecido acerca dos assuntos de
crenças e religiões nos termos da verdade, da razão e da
lógica, a fim de que, se libertando dos velhos preconceitos e
tabus, possa enfim ver o mundo e as coisas em sua realidade
objetiva.
E não ignoramos qual
a realidade objetiva que predomina no cristianismo: é a
exploração dos menos aquinhoados intelectual e economicamente.
Quem mais contribui para as campanhas da Igreja são aqueles que
menos possuem, cuja mente encontra-se obstruída pelas idéias e
crenças religiosas. Sua pobreza material alia-se à pobreza
intelectual.
Uma boa dose de
conhecimentos científicos é certamente a melhor maneira de
remover os obstáculos à libertação do homem, criados pelos
lideres religiosos, em suas pregações. Entretanto, sabemos que
nem sempre é possível a aquisição de tais conhecimentos.
Muitos são os fatores que se interpõem entre o homem pobre, o
operário, o trabalhador, e a cultura. Um desses fatores, por
sinal, muito ponderável, é o econômico-financeiro. Como fazer
para ir à escola, comprar livros, etc, se tem que trabalhar duro
pela vida, e o que ganha mal dá para sobreviver?
Bem poucos são os
que conseguem reunir os conhecimentos necessários que lhe
permitam enxergar mais longe e romper as invisíveis cadeias que
os prendem aos dogmas e preconceitos ultrapassados pela razão e
pela ciência.
O mais cômodo para
aqueles deserdados será esperar a recompensa das agruras da vida
no céu, após a morte. Afinal de contas, os padres e os pastores
estão aí para isto: vender Deus e o céu a grosso e no varejo.
Tobias Barreto
escreveu estes inolvidáveis versos:
“Se
é sempre o mesmo engodo;
Se
o homem chora e continua escravo;
De
que foi que Jesus salvar-nos veio?”
é sempre o mesmo engodo;
Se
o homem chora e continua escravo;
De
que foi que Jesus salvar-nos veio?”
Poderá alguém
responder a tal interrogação satisfatoriamente? Provavelmente
não.
É possível que,
movido pela mesma razão, Proudhon tenha escrito: “Os
que me falam em religião querem o meu dinheiro ou a minha
liberdade”. Desta forma, em poucas palavras, ficou bem
claro o sentido e o objetivo da religião: subtrair ao indivíduo
a sua liberdade de pensamento e de ação, e, com ela, o seu
dinheiro.
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